lunes, 31 de mayo de 2010
Contenção
CONTENÇÃO
Se o amor for espartilho,
que segure firme o corpo
e acolha a alma que há por dentro
Se espartilho for um par,
que se ajuste à cintura num encaixe perfeito
Se for a paixão um espartilho,
que modele os sentimentos
e lhes dê alguma forma ou razão
Se o tesão for espartilho,
que desabotoe, afrouxe tudo, solte-se em fetiche louco
Se espartilho for elegância,
que mantenha na moda a silhueta renascentista da frança
Se a paciência for espartilho
que seja maleável como um hímen
e complacente
Se decência for espartilho
que não canse, não relaxe, não seduza,
não se venda
Se espartilho for castigo
que exorcize com força dobrada e torturante
os íntimos pecados
Se espartilho for o fim de tudo,
que se abra sozinho
e caia sem medo
do chão
do céu
do nada
que aterrisse num leve pouso
sereno
como avião de papel
e liberte
o último suspiro
sem aperto
Poema de Tatiana Druck, que veio (para minha alegria!), acompanhar o vestido aí de cima.
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2 comentarios:
Eli, esse teu vestido, dá vontade de vestir e sair dançado por aí! :)
Liiindo. Beijo, beijo
Este poema, com este ritmo de onda decidida, só poderia ser da Tatiana
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