martes, 28 de octubre de 2008

eu- você - eu - você - eu - você - eu - você - eu - você

Há a caixa com furos
(que também sou eu)
músculos ligamentos ossos carne
e o dentro da caixa
o cansaço de agora
a vontade de dizer
uma indolência sem hora
e o eterno amanhecer
ora
há essa caixa móvel
que me leva aos trabalho ao bar ao supermercado ao posto de gasolina
e toda a intra estrutura
(que teimo em pensar que essa sou a única eu e me engano, bem sei)
você não deu a ela
você mentiu
você amou
você concordou e não queria
você mentiu que não queria
você faz
você pára e escreve
toda a estrutura de uma tese
que não sei e julgo saber
ser essa a minha verdade
como se houvesse a verdade
a linha que definisse
uma pessoa
que intuo ser agora mais livre
a explosão dos acontecimentos de um dia, por exemplo
de um dia de sol ou de chuva
de um dia que pesa nos ombros
qualquer circunstância
está
sempre
a pessoa
enquanto viva
e vive
sempre
a pessoa
ainda que mortaa as idéias por instantes
os amores por anos
as vontades por segundos
as alegrias
ainda que julgando não principie
sempre principia
ao escovar as costas no banho
ao ferver um pacote de massa
ao procurar a conta da luz
a jogar todas as roupas no chão para depois dobrá-las
esta
a pessoa
que penso ser eu dentro da caixa
o corpo
que quando chamada, atendo
pelo meu nome
de dentro da caixa
e digo, sim, esse corpinho responde por mim
e é pelos furos dele
que vejo
como
sorvo
falo
escuto
expulso
atraio
mas é sempre um confundido no outro esses dois inventos de mim
um confuso no outro
um que contradiz o outro
e sou otimista
de dizer aqui
que seriam apenas dois
melhor dizer assim
embora não sejam as verdades
e seja apenas uma
as verdades
elas vêm
não é de competência
dizê-las

2 comentarios:

daniel mancuso dijo...

hola Eliana
soy daniel mancuso de argentina, me gusta mucho lo que escribis pero me cuesta entender todo todo porque no hablo portugues, te mando un beso
chau

Cinthya Verri dijo...

Liiiiinda!!!